Eu me vejo de cabelos brancos,sentadinha em uma cadeira em movimento vem-e-vai e sobretudo,escrevendo.


(Ana Stefana Lisboa)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A folha da Vieira Souto


As lentes correm, olham um tanto, mas não veem nada. 
Os olhos seriam capazes de admirar uma folha única? 
Ocupara o mesmo espaço do posto 8.
Estivera ali aguardando a chegada do seu público, único e minuscioso. 
Falta-a. Fatal. 
Eu me perguntei:
 - Pra onde eu olhara esse tempo todo? 
Não é possível mais atravessar ruas, olhar o infinito céus e não identificar as cores e formatos. 
Espero que alguém passe por aqui logo. 

Você olha e vê?
Ser mente plena entregue totalmente ao agora. 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Enquant

Enquanto a mente di-va-ga,
o              corpo         aquece, entrelaça as pernas como num encontro. Ligeiras são.

Enquanto a mente di-va-ga,
o              mundo        exige, explode, grita. Suga sorrindo. Avisto o sinal sempre esverdeado.


Enquanto a mente di-va-ga.
tão           opostamente que chega a congelar tempos, cessar pernas, cortar a fala.


Enquant

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O que o homem não consegue tocar

E, então voltei o meu olhar para a essência do Divino: o imaculável, o intocável.
O galou cantou fortemente ao fundo.
Não pudera esquecer-te jamais da sua natureza.
Avisara ao galinheiro que se mantivera ali, imponente, altivo.
E mais [com a minha visão amorosa], festejara também o amanhecer, o virar do dia, o renovo da manhã. É uma das pouquíssimas coisas que o humano ainda não conseguiu interferir: no canto do galo, no latido do cão, no miado do gato.
Qual seria a essência do Divino em mim?
O movimento involuntário do respirar: inspirar e expirar.
Como numa dança: um pra cá, um pra lá.
Li, certa vez que, ao nascer enchemos os nossos pulmões de ar, e ao partir, expiramos. O morrer e o renascer em todo tempo.
Basta olhar pra dentro.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Crise de paradigmas

A crise de identidade me traz de volta aqui.
Me faz sentar na "cadeira do pensamento" daquela minha infância.
Minha mãe costumava fazer isso:
- Fica de castigo aí. Repensa o que você fez!
Dessa vez, sento bem voluntariamente. Sem repensar em alguma falha exata.
Penso.
Repenso. Tudo.
Refaz.
Desfaz. Tudo.
Apronta.
Desmonta. Tudo.
Tudo. Em, Um. Piscar. De. Olhos.
A impressão de que ninguém tenha um ponto fixo.
As cenas se fazem e se desfazem tão facilmente.
A vida muda de rumo da noite para o dia.
Tão natural, tão sem controle.
Corrida nos bastidores para o próximo espetáculo.
Ensaiamos o enredo que nem sabemos quem seremos.
Defendemos princípios e doutrinas sem indagar.
Sem voz.
Só aceitamos o que nos é posto.
E os índios chegaram ao Brasil, antes mesmo de Cabral. Entendeu?
Abraçamos a receita do bolo já pronta.
O minucioso não é explorado.

Ainda bem que, depois da crise de paradigmas, chega a conclusão. Ou não.





terça-feira, 24 de junho de 2014

Os apitos me sufocam

A impotência em reverter os sinais audíveis, os gestos bruscos, as buzinas desenfreadas e as mui-muitas-multidões em [...]. A impossibilidade de modificar os versos torturantes e familiares seguidos de pedras cinzas em [...]. A fraqueza de transformar o purgatório vazio de verdades em [..]. O des-controle das mãos nos planejamentos rígidos em [...].

Rodear sem parar e notar a realidade: esta.
Me giram feito roleta sem pausa para um respiro.
Apostas.
Esperanças.
A rotação ainda movimento.
Tortura.

Desejo desenfreado de contornar o céu pelos céus.
Transformar todos esses barulhos em um silêncio.
ou
Ser um pássaro voador e ganhar uma festa surpresa no azul celeste com as aves.

Meus amigos ficariam lindos de asas.
Anjos também voam.




quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Perder-se também é caminho

Bem sei que não devo carregar o mundo inteiro.
Nem, ao menos, me importar com o caminho alternativo do ônibus.
As muitas contramãos, às vezes, calorosas.
Os muitos sustos com as curvas sinuosas.
O molejo sem avistar o que está por vir: o ponto-cego.
O nu obscuro daquela vitrine.
As curvas de um corpo obsoleto que não prevê.
Aqueles muitos planos a escrever:
Inválidos, sólidos, inconscientes, abstratos.
Amanhã, dia 07.
Depois, 08.
A inflexibilidade em escrever o futuro: ignorância.
O que está por vir.
Não sabemos.
Só recebemos.
As palavras de Clarice como bússola:
Perder-se também é caminho.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Férias

[ Ao som de Terra - Caetano Veloso]

Revezo as mãos.
A fazer ponta no meu lápis de cor amarelada.
A esticar as mãos nos móveis rústicos.
A revirar as antigas fotos.
Respirando os ares daquela infância, merendando o lanche escolar.
Sentava no colo de minha mãe que fazia um penteado.
Os bons amigos.
E poucos.
A se contar nos dedos hoje.
Centenas de caminhos percorridos.
A lanterna ainda acesa para enxergar os certos.
Revezo os sentidos.
Chinelo nos pés.
Pique-esconde na rua, voltava sem um dos lados.
A empinar um pipa no alto com uma rabiola bem grande.
Lembranças.
Férias.
É isso, o memoriar do simples.
A abrir as cortinas e deixar o Sol entrar devagarzinho.
Aquecendo aqueles tempos.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Alguns Champignons

E, quando eu digo "Calma,aguenta firme!", é porque eu tenho ciência da linha tênue entre a vida e a morte.Os limites internos são como peças de um quebra-cabeça, se juntarmos todas, é explosão.
A vida é viver. A morte é morrer. Tão óbvio,mas não.
Mas quando se está morto, mesmo com vida?
O respiro saí lentamente, os passos um tanto tortos.A morte aparenta ser a última saída.
Priorize pensamentos, filtre pessoas, tempo e modo, caminhe em sentido contrário ao tédio.
Não seja mais um Champignon.
Procure ajuda, encontre LUZ, veja DEUS.
Se não, é morte. É se despedir aos poucos, dia após dia.

E, Champignon não faleceu hoje.
A tal linha foi percorrida, só que ninguém viu.

Temos alguns Champignons vivos, disso eu sei,tenho certeza.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sem leis

[Ao som de John Lennon - Imagine]

Mania feia essa de conjugar a imposição, viu?
Me conte o dia em que a mente entenderá que o ganhar chega sem querer, sem prever?
Me diga aí, circulo em vermelho no calendário daqui, estou precisando saber.
É claro que certos anseios só se casam com o esforço e a dedicação.
Mas, estabelecer sensações, sensibilidades, emoções, sentimentos. Não.
Se isso realmente valesse, eu iria impor o amor, a compreensão, o respeito.
Determinaria o bom dia para o cobrador, a licença ao passar, o desejo realizado antes mesmo da saudade.
E QUE saudade.Eu imporia só o bem-estar, só. Quer uma rede?
Determinaria uma rede também, sem problemas.Aceita um café?
Vestida a caráter militar, eu rondaria o quartel e aplicaria duras punições aos que não seguissem à risca.
Não. Sem ordens. Já temos muitas leis desobedecidas.
Já temos muitas más penalidades que nem funcionam mais.
Tudo acontece tão na-tu-ral-men-te.
Repita devagar: na-tu-ral-men-te.Fica bem mais leve, solto, não é?
Repito na-tu-ral-men-te.
Soletra aí, coração. É a sua vez.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ao som de ...

[Jack Johnson - What you thought you needed]

Faz um pouco mais de um mês.
Os olhares bem mais que seis.
Nada calculado e nem planejado: O encontro em um lugar obscuro.
Depois, mais encontros, centenas de beijos, um cartão de visita e dezenas de abraços, que diziam claramente:
- Fica tá? Não vai não, senta, aproveita, curte!
O rio da sua sinceridade rodeia a minha floresta.
Respiro leveza e bem-estar.
Acordo deixando escapulir três sorrisos no canto da boca.
Cinco vontades de continuar.
Setenta cautelas pra não sufocar.
Nas mãos, sem instruções pra fazer você ficar.
No bolso, boas energias e alegrias em retribuição a todo esse bem, meu bem.
Adoro.
Adorando.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sem enganos

- Olá, Senso. Muito bom te ter por aqui!
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Por falha humana ou até mesmo por implicância infantil, temos o prazer de esconder a realidade. O combate requer esforço, determinação e garra,muita garra! Relutar exige querer, vontade, disposição. E, quando pensamos em desistir, olhamos para o troféu, medalha, prêmio ou qualquer outra coisa que impulsione ao melhor, a realização,a conquista. E, quando se guerreia por algo supérfluo? Pelejar pelo irreal é perda de tempo, envolve gasto físico e mental. Não. Não é prazeroso pintar o real - que por muitas vezes doloroso -  de sorrisos, alegrias e lantejoulas. Empenha-se no verídico, no que lhe é proposto. Disponha-se em lutar por quem também faça o mesmo por você.Não se permita dizer "sim" para o "lute daí que eu só finjo daqui".
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- Fique por aqui, Senso. Sente-se e nunca mais levante.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cúmulo da fadiga

Só peço que não atice a minha fadiga.
Por natureza, costumo cansar do que me traz cansaço.
Canso da história, dos hinos, dos personagens e de suas respectivas desculpas.
Mas ainda assim, aguardo e prolongo a desistência. Tenho cautela e frequentemente lembro das citações populares:
- Cuidado pra não ser arrepender, muié!
O arrependimento acontece quando lá na frente ou alguns segundos depois, a sua mente te aponta o dedo e diz:
- Eu deveria ter feito diferente.
Mas, e quando você apronta o anzol, coloca a melhor isca e posiciona bem perto da boca do peixe?
Mas, e quando você já aprontou 45 anzóis, 578 iscas e o peixe nem sequer ameaça a comer?
E, quando além do cansaço de preparar tudo, o infeliz nem se move.Então, resta-nos o acúmulo da fadiga e a mente de novo acusa:
- É a isca que não é muito boa!
Engano seu, mente.
Nesse caso, é o peixe que não sabe discernir um bom alimento.


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Encanto e desencanto

A verdade seja dita: aperto play fácil pra jogar, basta que um outro alguém também tope.
Estendo a toalha na mesa e faço o melhor café.
Aproveite.
Forro o piquenique com frutas vermelhas e posiciono a nossa rede.
Aproveite.
Pinto, bordo, monto o circo e picadeiro.
E ouço da platéia:
- Again?
O público além de bom entendedor também fala inglês, só ainda não entendeu do contrário.
Pause no jogo.
Tirando toalha e requento café de três dias atrás.
Não forro piquenique, não tem frutas e nada para segurar a rede.
Apago, desbordo, desmonto o circo e o picadeiro junto.
- Entendeu, platéia?!
Isso é um caso à parte que acontece.Acredite, se quiser.
Mesmo sem terem visto o contrário.
Mesmo assim-tão-meio-muito-raramente.
Eu consigo desencanar.
Desencanar do encanto.
Meus parabéns!



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sentimento


- Vamos, anda. É preciso pressa para retirar boa parte das coisas de lá!
Abrimos juntos a porta e entramos na ponta dos pés.Te olhei de lado e notei suas malas, suas mãos e seu desgosto de ter que partir. Eu sei, eu sei, é difícil amontoar tudo,todos aqueles pares de sapatos que um dia você largou pela sala, suas roupas no varal e seus pertences íntimos no banheiro que de vez em sempre você me pegava usando.
Certamente algo ficará por aqui, algum pertence deixarás aqui, no canto, atrás da cortina pra que haja lembrança. Não temos como recolher tudo e eu também não quero. Quero lembrar e sorrir.
- Não derrube nada, não podemos acordá-los - briguei.
- Sim,senhora.
Me respondeu como se fosse um quartel militar.Sim, eu sei que sou.
- Não arraste a mesa, cuidado! Eles não podem acordar! - briguei de novo.
(Fez-se silêncio)
Aproveitei pra te mostrar as costuras na cortina da cozinha, as porcelanas coladas e o porta-retrato trincado e apontei:
- Eu não quero é isso aí,remendar mais pertences. - cochichei como calma no pé do seu ouvido.
Balançou a cabeça com se quisesse dizer algo, mas não disse.
- Anda,anda, ordena as coisas! Eles podem sentir sede e levantar para tomar uma água!
- Eles quem,minha senhora? - notei certa frieza na sua pergunta.
- Os sentimentos, meu bem!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Frutos do mar

Pois bem,dia excelente para confessar,até porque caso religiosamente o desabafo com o alívio.

O estresse batendo às portas e a paciência correndo atrás do meu ônibus - só que no sentido contrário.Já não sei mais se tenho A Love Fancy pelas pessoas e suas histórias/estórias ou se realmente eu perdi o feeling,sensibility,susceptibility,sensation e tudo que possamos associar ao ato de suportar o próximo. Paciência,meus marinheiros! O mar anda muito agitado e os tribulantes estão achando que temos que engolir sem um gole d'àgua os mariscos e mexilhões.Proezas antigas em que fazíamos das lagostas um comprimido.Sem tolerar ignorâncias,extravagâncias (incluindo tudo que se associe ao extremo),falatórios na sala do trabalho,o silêncio ao invés do "bom dia,senhor" e outras coisitas mais.Mas tem duas ladainhas que já não posso ver nem pintadas de ouro são a falta de reconhecimento e outros peixes com espinhos bem afiados,os quais não são dignos de serem expostos aqui.

Haja água,haja dentes para mastigar as pessoas.Qualquer dia desses,acordarei banguela.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Algumas malas

Foto: Fábio Bião

Alguém há de explicar tanto movimento : ônibus,malas,embarques e desembarques.Dizem por aí que o final de ano se aproxima e com ele carrega todos aqueles que não abrem mão da boa tradição: estar perto de quem se quer o bem neste momento tão iluminado de luzes natalinas e de fogos de artifício. Chegadas e saídas,todos em busca de um alguém,de um encontro levando em cada mala,uma história e mil lembranças.Quantos às esperas,elas já tornaram clichês nos terminais rodoviários,cada qual com sua aflição,agonia e felicidade como numa mistura de sensações. Descobertas,partidas,destinos afins : João Pessoa,Belo Horizonte,São Paulo. Os transportes partem para todos as regiões e transportam sonhadores,viajantes,historiadores. Todos em busca de algo ou alguém.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

No ponto "P" do palco

Pois bem : acalma-se.Não acontecerá nada demais.Eu sei,eu sei que o coração não para de responder com mil batimentos por minuto,é porque faz um bom tempo que não sabemos o que é isso.
(Dei conta do público à minha volta)
Gaguejei sem perceber,encolhi a roupa,amassei o vestido como uma criança indefesa que mal sabe como agir nessas ocasiões e realmente não sei não é,coração ??
-Acerte os passos,desamasse o vestido e sorria - gritou o coração.
Pois é,o coração agora dá ordens.Acertei,desamassei e sorri.Olhei fixamente a platéia,uns me passavam certo desgosto,quanto aos outros,ah outros,sorriam felizes.Olhei para os bastidores e notei que há dois minutos atrás,eu estava lá como os outros,roendo as unhas,vestidos amassados,rodopiando em torno de si e ainda mais,aguardando a sua vez.E agora,eu aqui,parada no ponto P do palco.Ainda rôo as unhas - é,eu sei,ninguém precisa saber desta questão.
- Não é,pessoal ? Ninguém precisa saber que ainda rôo as unhas,é que faz um bom que,que,que,que( gaguejo sem parar) que não sei lidar com o público,platéia,todos me olhando -pensei alto.
Por um instante,pensei que isso tudo fosse um sonho,sabe quando sonhamos de olhos bem abertos? Atentei-me para os lábios de alguns,os quais gritavam convictamente que nada disso era um sonho,é sim,uma realidade tão real quanto o palco. Coube a mim,apresentar-me sem o menor pudor,ensaiar o roteiro e atuar na peça eterna com um grande protagonista: O amor.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Preciso..

Não me olhes com esse olhar como quem quer me tragar,me roubar,me amar,te vejo me olhando encantado(talvez) e confesso que sinto um calafrio,talvez um certo me-do.Baby,pela primeira vez na vida,me sinto segura com pés firmes,com uma calma que ainda não consta no dicionário da vida.Sinto como se alguém estivesse intervendo por nós,planejando por nós,pensando o que deverá ser feito ou o que não deverá ser feito e tu sabes que realmente existe alguém tão grande,tão belo que criou um simples encontro em um final de tarde.Olhe pra trás e sorria,creio que algo de benéfico teremos no fim disto tudo,algo que concluirá a razão deste encontro,deste querer.Talvez um amor,um encontro,uma amizade.Seja lá o que for,que seja doce.Enquanto nada se conclui,me mande cartas,notícias,abraços,telefonemas,tudo devidamente assinado e lacrado.Te retornarei com a calma e confiança empacotadas e direcionadas à você.Preciso que sintas essa leveza,calmaria.Preciso.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

E quando coloco as mãos na cabeça,sinto meu corpo movimentando,quase como um vem-e-vai,digamos que em alguma ciranda,alguma brincadeira de criança.Benditas peças.São elas as culpadas deste vendaval sem fim: remexem entre si,sem dó,grudam,desgrudam,discutem dentro de mim.Que tal contarmos de um até dez e decidirmos em que momento cada uma deve ter seu tempo de remelexo ou preferem que eu acorde no fim deste alvoroço?

sábado, 15 de janeiro de 2011

Enfim,foi só um desafogo


Sinto um friozinho na barriga ao ver casais esbanjando tamanha felicidade à beira das àguas.Deve ser uma sensação boa, não é ? Talvez você me responda com melhor precisão, até porque ainda não tive o prazer de tê-la,ainda,ainda não.Só sinto o friozinho,inho,ao ver de longe ou por fotos como faço agora.Deve dá vontade de abandonar-se com o amor da sua vida e ficar ali à mercê da maresia,das correntezas.Você tem sorte,sabia ?Sei que nunca será tarde para levar um grande amor e delinear - com dedo indicador - o início e o fim da linha do horizonte e nunca,nunca do nosso amor que será eternizado e terá o mar como testemunha eterna.Enfim,foi só um desafogo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Querida Montanha

Quis abolir o seu estado civil (confesso).Foi como um engatinhar na descida de uma montanha-russa : uma mistura de prazer,perigo e lógico,uma vontadezinha fenomenal de correr desesperamente para o final da fila e aguardar a minha vez novamente.Consegue projetar-me ?Calma,calma,tá tudo rápido demais não é,gente?Alguém de vocês tem o controle desse brinquedo?Alguém de vocês sabe me dizer se existe algum botão que possa apagar todas as minhas expectativas?E acabo de ouvir em tom bem irônico um "não me digas que estais auspiciosa?"Sim,estou, e há algum problema nisso?De me encantar com tudo e com todos ?

domingo, 19 de dezembro de 2010

O Colecionador de Balas


Passei a deixar pra trás : restos,todos,tudo.Me apeguei somente a cacos,roupas e balas.Quanto às balas,sinto a minha boca salivar ao citar esta doce palavra : ba-las.Não tem gosto,não tem cor mas tem vida,corpo e alma.Consigo até escutá-las nitidamente com seu tom alto e claro - gemidos,gritos,desesperos,urgências.Elas escapolem meio que sem querer pelas armas de fogo e saem verozmente por impulso para alcançar uma alma,uma vida (coitadas).E foi exatamente por isso que me apaixonei por elas: são obrigadas à arrancar uma vida com unhas e dentes,sem dó,sem piedade.Agora,encontro-as ricas em solidão e abandonadas ao léu em diversos lugares.Cato-as,lavo-as e guardo-as como se eu as recompensasse de alguma forma o seu passado escravo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Questiono porque pudera

E você acha mesmo que naquele instante,eu não me interroguei,me bajulei,me estranhei ?Porque quando dei conta de mim,lá estava eu,adentrando fácil com passos largos e seguros em um recinto desconhecido como se estivesse sendo apresentada sem nenhum pudor à um mundo estranho - ou melhor,eu realmente fui.Me encantei, posso ? Posso ser assim,boba,boba,tonta e sempre,sempre me encantar por tudo e por todos ? Lá fora chove,meu bem (...) e aqui fico robotizada,paralizada,sentadinha ao seu lado na ponta de cá na última posição da mesa de catorze cadeiras,bem protegida.Eu confesso que tive um medinho bom,um frio na barriga,mas nada,nada que me impedisse de sentar ali na décima quarta posição.Questiono porque pudera: segundos depois pude comprovar a sua partida instantânea,desentedida por mim e até hoje,ficamos de colocar o pingo no "is" mas trataram de fazer isso por nós.Mas hoje,te vi,meio que sem querer,branco,pálido,estacionado in front of,coluna ereta,postura invejável - eu posso sentir,eu posso te ouvir - perguntaras como numa espécie de prevenção à alguém de sua confiança,se,se,se puderia ir,quantos passos,quanto tempo.Ah meu bem,ninguém te ensinou que a vida é tão,tão frágil ? Não me venha com bagagens de insegurança contigo porque lá fora chove e chove forte.Questiono porque pudera : interrogaram-me se algo estava por acontecer e logo tratei de dizer: nada,nada,nada,tá aí, não aconteceu nada,não tem acontecido nada,não está por acontecer absolutamente nada,entende?É chato ver os dias passarem agitados,calmos,dezembros,anos e sempre,sempre aguardar alguém bater em sua porta com um lindo buquê de flores avermelhadas e te chamar para sentar na décima quarta posição para tomar um café bem quente.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Tão nosso


Encontrava-me ali,muito bem acompanhada - por sinal.Era verão no Rio,e o sol radiante juntamente com as nuvens brancas como o algodão,analizavam o nosso amor - lá do alto - com um olhar crítico.Questionavam entre si,a veracidade deste sentimento.Enquanto nós,meu amor,passeávamos livremente dentre as flores avermelaranjadas caídas nesta grama fina e esverdeada.Seu cabelo espinhoso,mãos e rosto macios,meu cabelo liso e brincos pendurados;já não sei mais o que é seu e o que é meu.É tudo tão nosso,nosso amor,nossos gestos e olhares.Tornamo-nos uma única pessoa caracterizadas com quaisquer pronome possessivo: nosso,nosso,nosso.

Foto : Thienny Tamis e Lincoln Thomaz

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Adeus,amor

Sentado ao léu com as pernas de "chinês" ( idêntico aos rituais de meditação),meu corpo transmite paz,só transmite ... por dentro,meu coração bate a trezentos por hora,gerando uma certa pertubação na minha mente.Vinte anos de casamento,quatro filhas com a mulher mais linda que existe - ou melhor,que eu conheço - e eu aqui: contrito,infeliz e desamparado.O pior disso tudo é que ainda consigo ouvi-la com seu tom atrevido,porém,delicado:
- Amor,vem mimi,logo!
- Tô indo,Ana - respondia seco
- Olha,vou te esperar,hein!
Sempre foi atenciosa,só pregava os olhos quando sentia meu corpo grudado ao seu.Foi um grande amor que arrumou as suas malas na calada da noite sem deixar quaisquer aviso prévio,nem ao menos uma lembrança na cabeceira da nossa cama.Terminou sem despedidas.Agora tento aqui,desdobrar as minhas pernas,encontrar soluções para resgatastes: a inquietação da mente,não deixa.Bem,última tentativa,concentro-me e comprimo meus olhos a fim de trazê-la de volta com a famosa força do pensamento.Dou uma folga aos olhos e abro o esquerdo lentamente: não consegui,o amor acabou mesmo!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Não é assim,minha flor

Me bate uma certa aflição do que pode estar acontecendo com você - o que na verdade,até agora não sei -mas consigo sentir seus passos curtos e intensos aparentando um certo cansaço,angústia.Sinto que em meio ao trânsito do Rio,tu sentas na calçada em plena hora do rush,abandonada e desfalecida.Eu tenho um medinho que a cidade te devore ou até mesmo que tu cesses a tua vida atirando-se na frente de lesmas.Eu tenho um medinho que tu dissolvas,atravesses aqueles ralos imundos e que simplesmente suma.Não digo sumir fisicamente e sim, que sumas da pior maneira : perdendo o prazer de viver.Eu sei que às vezes nos sentimos um tanto fracas,frágeis.Mas não é assim,minha flor.Tu chegas no seu lar e trancas seu corpo,alma e espírito à sete chaves e morres de chorar.Choras tanto quanto os finais de tarde em pleno verão carioca e repito não é assim,minha flor.Não deixes ninguém tirar essa vontadezinha de viver.Consegue pensar na gente,na nossa alegria ?Então minha flor,vem comigo.Deixa pelo menos eu tentar te ajudar.Eu sinto que existe pelo menos uma gotícula de vontade de ser feliz,uma gotícula de vontade de sair dessa.Lembre-se que pensar,amar é extremamente normal,agora desgostar de viver ? Será que realmente vale a pena rasgar as suas vestes em prol de um outro ser humano? Ah minha flor,nós,humanos,somos um tanto incertos,inconstantes e falhos e tenho certeza que não vale.Não tenha medo de ser feliz sozinha,minha flor.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Bye,ventinho

Me abandonava ali,observando e analisando a direção do vento,a movimentação dos membros inferiores de estranhos,os fatos ocorridos e suas consequências.Tudinho pela brecha desta janela fosca que ainda me sobraste.Sentada num sofá em posição inclinada e fabricado exatamente com o molde do meu corpo,soando um ar de flexibilidade e descanso.Ouvia atentamente vozes,sussuros,suspiros e a correria das pessoas.É um tanto complicado permanecer anos sentadinha aqui,inclinando o meu rosto sabiamente permitindo que sentisse aquele ar fresco e contentando-me com apenas 5cm de visão de mundo lá fora.Me sentia presa com trinta e sete correntes e vinte e três cadeados.Consegue me entender?Que vontadezinha de presenciar essas situações de uma forma mais intensa mas faltava-me bravura.Tudo uma questão de co-mo-di-da-de.Até que um dia desses,notei uma porta suavemente aberta à frente desta janela,analisei com um olhar àgil e rapidamente saltei do meu queridíssimo sofá e escapei por aquela porta na ponta dos pés movimentando os lábios,sem transmitir nenhum ruído : Bye,ventinho!

domingo, 1 de agosto de 2010

37,5

E quando o fim de semana chegava,eu não resistia.Com uma tremenda dificuldade,calçava meu predileto sapato dourado com a esperança de que eles dariam um descanso aos meus pés.Pura bobagem.Eu sintia falta da mobilidade que meus dedinhos tinham dentro deles;espremiam-se,encolhiam-se,brigavam entre si e suavam.E agora? Meu único e predileto sapato não cabe mais em mim. Na verdade,a minha ida aos shoppings centeres à procura de um novo sapato - amor - foi em vão.Não acho sapatos com meu número.Não acho ninguém que encaixa-se comigo.Trinta e sete e meio.37,5.Agora entendo porque são únicos.Meus sapatos não são calças de strecth.Sim,as calças de strech se moldam ao corpo.Sim,os pés se adaptam aos sapatos.Mas quando as pernas crescem ?Mas quando os pés crescem ? As calças encurtam,os pés não entram nos sapatos.Chega uma hora,que eles apertam tanto,mais tanto que a única opção é renunciar.Nossa,e como me doí re-nun-ciar.Enquanto isso,ando com o contato direto no chão,na areia - que maravilha de contato.Sem qualquer pressa para comprar sapatos novos,amor novo.O coração cresce.Às vezes é até difícil diferenciar o amor da comodidade.Talvez um dia,nomeei a comodidade em amor,paixão,coração acelerado,frio na barriga,consideração e outras coisas boas mais.

sábado, 17 de julho de 2010

Cachos

Com Ana Stefana e Bruno Almeida

É bem legal o fim de tarde daqui, não é? Ela respondeu que era sim, assim como em todos os outros lugares. Justo quando não se vê mais o sol, mas ele ainda teima em iluminar e deixar aquele céu laranja, ou então em tons degradê: do azul mais claro e risonho no horizonte e vai escurecendo até achar o breu do céu lá no alto junto com algumas estrelas lingínquas.Ela me olhou sorridente,apontou com o indicador direto ao horizonte e me interrogou com trilhões de perguntas sem respostas.Minhas mãos,pernas,unhas e cabelos tremeram.Suspirei por três vezes.E passei a enrolar meus cachos desde dos fios até o couro cabeludo.Enrolando e desenrolado.Talvez assim,ela não mais repare que ficara sem explicações,sem respostas.Difícil foi desviar sua atenção do horizont e direcionar para meus cachos dourados e com tanta facilidade aprendestes a enrolar com seus próprios dedinhos - até mesmo com o indicador direito - meus cachos,que hoje,adquiriram a mesma tonalidade que o sol deixa todas as tardes aqui em Florianópolis.

sábado, 22 de maio de 2010

Normalíssimo

Chega a ser engraçado enfrentar a vida com essa nova visão:Os amores sempre se renovarão,como um ciclo,uma vida.O interessantíssimo passa a ser normalíssimo.Eles se vão,Caro Leitor.E quem permanece são os amigos.Eles sim,são nossos verdadeiros
amores.Foi observado nos meus últimos meses resíduos de : ME AME POR FAVOR.Balela.Ligar todos os dias,deixar bem claro que precisa ser amada.Nada disso funciona mais.É justamente ao contrário.Não ligar nenhum dia,deixar nada claro.Ai sim,corre porque o bicho pega.O telefone toca sempre,os convites ficam pendentes.Essa minha mania de algum tempo atrás agora me faz ri.Hoje eu penso duas,três ou quatro vezes antes de ligar e às vezes,nem ligo.Isso me fez criar um imã imaginário com os amores,com os homens.Hoje,a insegurança me diz exatamente em que ser eu me tornei.Hoje,a insegurança me diz exatamente qual espécie de barreira eu conquistei.Hoje,eu analiso e reanaliso se amar é mesmo uma emergência pessoal.É fundamental ressaltar outra vez que o interessantíssimo passou a ser normalíssimo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Agentes ocultos

Aqueles encontros e reencontros eram doces demais.Maçã do amor ou algodão doce.Trocas,viagens,ligações.. eu tinha a sensação de caminhar com uma ingênua segurança em direção aos seus braços.Coorelacionava tudo à você,à nós.Me doei,me transformei e acredite,com o passar do tempo,percebi que minha visão era turva e negra,até que constatei a cegueira do amor.Além disso,passei a transladar-me ao seu redor,como a Terra em volta do Sol.Você era meu Sol,querido.Até que conheci o verbo exagerar.Exagerei no amor,exagerei na entrega,exagerei na segurança,e quando notei,exagerei na perda,no sofrimento.Me culpei,me ameaçei com palavras chulas e quase sofri pela vida inteira,quase.Eu me recordo que você me examinava com tanta lentidão que cheguei a confundir a sua observação fixa com alguma fascinação.Na verdade,nesse caminhar todo .. esqueci simplesmente de rotacionar-me,esqueci de girar em torno de mim e acabei acarretando graves queimaduras que o Sr° Sol causou-me.E por fim,eu me perdoei,me achei e conclui os seus indícios de falsidade ideológica.Criei um Sol dentro de mim.Criei alguém que nunca existiu.Meu caminho,penso confusa,meu caminho não cabe nos trilhos do bonde da vida.E isso não é nada fora do comum.Fora do comum,são os devaneios desse mundo..

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Rio de Janeiro em cacos


Caos,destruição e luto.O nosso Rio está em cacos.Os bueiros engolem crianças,adultos e idosos sem restrições de idade e/ou estatura.Carros desde os de última linha até os mais antigos e financiados são submersos até o teto sem compaixão.A natureza não vê poder,não vê riqueza,não vê prestígio.A Cidade Maravilhosa entra em colapso e deixa de lado a sua riqueza geográfica e adota o modo mais grosseiro e obscuro.Ela parou,gritou,chorou ... demostrou uma certa aparência de cansaço que transmitiu uma informação verídica e esquecida : Somos seres indefesos,pequeninos e vulneráveis a qualquer coisa.A chuva não cessou e os mortos também não.Deslizamentos de terras em diversos pontos do Rio carregaram casas,vidas,histórias e sofrimentos,totalizando cerca de 133 mortos e 14.000.000 de lutos.Força,meu Rio,chegarão os dias azuis,calmos e quentes,eu te prometo.Força!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Procura-se

É,aqueles conflitos,aquela busca insensante por algo,alguém,alguma coisa... não foi o bastante para aqueitar-me naquele pequeno amor veterano..Viajei,atravessei oceanos e desertos;movendo mares e areias : caçei leões e tamanduás para,enfim,saboreá-los tão superficialmente.. andei pelas ruas de São Paulo com uma melancia encaixada na cabeça : e olha,como me doía andar assim ; cheguei a esperará-lo numa rodoviária movimentada do Rio ... fiz protestos e palestras,porém de nada resolveu .. continuei acompanhada de tal veteranismo.. persisti.. armei meu circo e distribui recompensas a tivesse informação do paradeiro.. me perdi.. e passei a procurá-lo nos mais inusitados lugares : finais de campeonatos e sorveterias de Paquetá e fracassei..cansei e cansei... refiz meu caminho outra vez... e adormeci sem vontade naquele tal casulo desprazeroso, porém,confortável...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Como se tudo fosse nada

Foi exatamente pelo fato da nossa história não definir-se com o passar do tempo,não carregar nomenclatura alguma,não me fazer sentir segura e no controle na situação que me levou a sentir a indelicadeza da incerteza ... o tempo passou,os anos passaram,o percurso continuou o mesmo...eu deveria seguir meus instintos ... eu deveria dar aquele tchau discreto e confiante..deveria dar aquele empurranzinho em mim que fizesse pular de quadrado..romper com o tal famoso costume.. como se nada tivesse acontecido.. como se tudo fosse nada.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Bem,Meu amor

Sabe aquela paz interior ? Sabe aquela liberdade de viver ? Sabe aquele iniciozinho de ano ? Dois Mil e dez me mostra todos aqueles projetos possíveis e confesso, aos meus queridos pais e amigos, que independente de qual for a opção a ser seguida, precisarei do apoio e a força de vocês.Eu já posso sentir aquelas tão famosas borboletas na barriga.Quanta confusão ! Quanta vontade de ser bem sucedida sabe? E Deus,de uma forma incrível,têm me moldado conforme minha opção ainda não definitiva.Um amor fez as suas malas e partiu espontaneamente- logo,desisti para menores sintomas de estresse e insegurança.Minhas unhas e meus cabelos dão sinais de crescimento p'ra felicidade da minha vaidade.Me sinto livre,leve e solta,mas continuo sabendo os fundamentos da vida não perdendo a sabedoria.Me sinto bem,feliz,sozinha sem perder o foco.Agora não mais de ter alguém ao meu lado,e sim,de trabalhar..estudar.. e chegar mortinha em casa mas com o dever cumprido.Meu amor,os focos são outros.Os sonhos são outros,meu querido.Os tempos são outros.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Depois que a festa da carne passar..

Há quem diga que o ano só começa depois do carnaval : As férias acabam,os foliões e beberrões parecem aquietar-se em busca de um casulo chamado - amor - e eu realmente gosto de ver aquela pracinha cheia de amores sentados pelos bancos,eu realmente gosto de ver a massa destribuindo amores por todos os lados.Então eu só espero que esse carnaval passe da forma mais rápida possível.Eu quero que realmente o ano recomece e que o verão passe carregando consigo esse amor amontoado de intrigas.Que venha as noites frias,o inverno,as boas amizades e os sonhos realizados.Que esse meu coraçãozinho aqui,respire e conte de 1 até 10 e viva.Não se aquietes,meu bem,tu és muito novo para acorrentar-se,aprisionar-se,isolar-se,entristecer-se,-se,-se.Não se mate.Não se aventure em beiras de estradas.Não se jogue em precipícios.Não se esconda em abrigos sombrios.O carnaval já vai passar,então não desista de amar.Depois que a festa da carne passar,eu te prometo que a maré irá baixar e que aquele ventinho cearense Acarati que passa todos os finais de tardes.. vai dar um alô para a nossa tranquilidade.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Minhas asas de papelão

Depois de uns meses pra cá.As minhas asas de papelão começaram a sacudir meu corpo por si só.Sinais de insegurança e a enorme vontade de voar.Fiz meu show.Armei minha lona.Após aos eternos boatos que enfureceram a minha pessoa.Mas continuei.Pela minha eterna teimosia.Pelo gostar.Pelas histórias.Calma e silenciosa.Sem atos grosseiros.Sem ligações.Sem juramentos e afins.Eu permaneci assim.Encolhi meus pares de asas.E os meus sinais de voar.Eu aquietei-os com uma conversa branda.Sem muitas entregas.Sem muito prazer.Os meses passaram.Avistei a virada do ano.E os dias mostraram-se cada vez mais curtos.Ficar por lá foi bom,foi.Mas nada foi como antes.E nada será como os tempos remotos.No iniciozinho.Aquele ar de novo.E aquela enorme vontade de estabacar-se no amor.Mas as intrigas vieram.As conversas dos outros chegaram novamente.E meu bem,isso enfraqueceu o nosso amor.Agitou as minhas asas.E minhas passagens de embarque chegaram a serem compradas.E hoje.Faltando cinco dias para atingir dois anos dessa história de meia boca.De meio amor.Eu sinto novamente as minhas asas movimentando-se por si só.Devido as idas e vindas.Trancos.Barrancos.Amor.Entregas - Aos leitores,meu perdão.O texto chegou a ficar complicado.Não tenho muita prática na escrita.Dificultando ainda mais vosso entendimento.É que essa história nem eu mesma sem muito explicar - Só sei que minhas asas juntamente com o meu corpo não terão destinos.Será uma liberdade minha.Porque o nosso amor veio a desfalecer-se.Aos poucos esse relaciomento irá esconder-se debaixo daquela famosa escada.Ao lado das minhas caixas empacotadas nomiadas de : Lembranças dos bons relaciomentos vividos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Exausta

Se tentar de todas as formas passou a torna-se uma espécie de sofrimento.Então eu levanto a minha bandeira branca de cansaço.O caso de dois anos com alguém parece demonstrar suas últimas forças.Eu não quero mais levar as situações adiante como um jegue carregando seus trapos.Eu quero que as coisas digam por mim.Que o tempo fale por mim.Eu não quero dizer nunca mais.Porque eu já sei o desenrolar da história.Eu quero ficar por aqui.Escondida nesse casulo.Sem diálogos.Sem tentativas.Eu não quero mais dizer que bom te conhecer e/ou irei tentar algo com você.Eu não aguento mais dizer eu não quero mais e/ou tentei de todas as maneiras mas não foi possível.As tentativas me cansaram.E as consequências mais ainda.Eu,a partir de hoje,permanecerei em silêncio.Recusando convites.Fugindo e me escondendo.Compromissos e afins.Não me leve a mal.Não estou criando um isolamento com o mundo.É que o meu cansaço é tão grande.E logo,sinto uma extrema vontade de me isolar.De cancelar o amor.De jogar minhas roupas novas pela janela.De abrir mão de tanta coisa.De um amor.De uma história.Eu estou sem forças.

Ano Novo,Metas Novas - 2010

E na verdade eu tinha certeza que esse papel acabaria rasbiscado.Foi por falta de tempo - dias corridos e antidepressivos - fazendo com que meus planos organizassem mentalmente.E praticamente três dias após ao tal 2010 é que eles transformaram-se em palavras.Meus sonhos realizados.Muita força e determinação.Um desejo enorme que os meus entequeridos permaneçam por aqui e que tudo ocorra conforme a vontade de Deus.Talvez alguns irão dizer tchau - o que é extramente doloroso.Talvez outro dirão : Cheguei! - o que é extremamente lindo de se ver.Meses.Dias.Cursos.Faculdade.Estudos.Dias azuis e doces.Eu quero este ano planejar a minha vida.Meus tempos.Minha energia.Como e onde ela será gastada.E em prol à crianças carentes é um dos meus objetivos.Eu quero um ano tranquilo.E terei.Talvez aquele tão esperado amor chegue com seus dons e alegrias.Talvez não.Saúde.Sucesso.Pai.Mãe.Amigos.Conhecidos.Sintam-se abraçados.Aos queridos e companheiros da alegria.Meus votos sinceros e caprichosos.Um abraço aqui.Outro ali.Um beijo.Um tchau.O sucesso.A recompensa.O amor.Em 2010.E por toda a vida.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Desapareceu

Confesso que o efeito de desaparecer e reaparecer foi notado.Quando o dia estava por terminar surgia a sua dúvida : real até porém,interessante.Perguntastes se eu estava interessada em alguém,se eu estava me envolvendo com alguém e a resposta foi simplesmente não, e um esclarecimento:depois de tantas idas e vindas,depois de entender o ritmo que banda toca,depois de saber acompanhar tal musicalidade,aí sim,eu aprendi amar menos,a me doar menos aos amores,a ser menos intensa e você não faz idéia da dimensão da minha felicidade;eu tenho sim me interessado por mim mesma,dedicado todos os tempos do mundo para mim,enfim,finalmente,não tenho pensado em amores,em encontrar um modo de encontrá-los,de amar intensamente,sem medidas.Graças a Deus,que essa febre doentia por alguém,desapareceu.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

As tais malas

E pela primeira vez,eu vou agir diferente nesta situação.Brigas.Ciúmes.E lá vai eu de malas prontas indo embora.Não se passam dois meses.E já me vejo novamente de malas prontas.Retornando.Com esperanças.De que irei tentar novamente ser feliz ao seu lado.Isso tudo já se tornou um hábito.Os dois anos resumindo exatamente deste modo.Mas desta vez.Já se passaram exatamente um mês que eu desfiz as minhas malas e decidi ficar por aqui.Ao seu lado novamente.Sem minhas esperanças.E como sempre.Já me encontro cansada.Normal até.Nem feliz.Nem triste.E eu sinto aquela vontade de novamente ir embora.Com minhas calças e vestidos cheirando a gente sozinha.Cansei de ir e voltar.De me arrepender e retornar.Eu vou ficar por aqui.Sumindo às vezes.Quando esse meu ar de cansaço aparecer.E me tornar visível quando eu sentir sua falta.Desaparecer sentimentalmente.Sem ligações.Abstrair.Eu não vou dizer tchau.Eu não vou dizer Voltei,amor.É necessário aprender com as nossas limitações.Se eu não consigo viver longe.Sem ligações amorosas.Se eu não consigo viver por inteira e amando loucamente.Então eu passo a viver no meio - termo.Me escondendo.Ou.Me fazendo real.Até um dia.Que minhas roupas se esconderem dentro das minhas malas.E ir embora convicta de que nunca irei voltar.Até um dia que minhas malas forem emboras por si só.E eu tenho certeza que esse dia vai chegar.Não me leve a mal.Não estou em cacos.Estou bem.Bem comigo mesma.E é por isso que eu não pressa.De ser amada como deveria.De refazer minhas malas.Eu não tenho pressa.Está tudo muito bem.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Em que ponto eu cheguei ...

É complicado tentar compreender a sociedade em si:seus comportamentos,suas idealizações,seus projetos,seus sonhos e a forma de como esse conjunto me atinge.Não culpo ninguém mas questiono o porquê daquele amor tão limpinho não chegar.Ninguém pensa mais em amar ninguém,ninguém pensa mais em ter alguém.Nunca tive a oportunidade de encontrá-lo(confesso)Tenho muito amor guardado e isso me sufoca um pouco.Não quero apenas ser amada,é uma vontade enloquecedora de ter alguém para cuidar(silêncio)O que leva uma pessoa a ser assim ?Com apenas dezessete anos de vida ter uma enorme vontade de amar ? O que leva uma pessoa a ter medo de não ter ninguém para casar ?Olha,em que ponto eu cheguei,olha,em que ser eu me tornei.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

2009 - 2010

Restropectivas positivas e negativas.Eu já consigo ver dois mil e nove partindo de malas prontas.Deixando suas conclusões.Mudanças.Não que tenha sido um ano de más notícias.Também.Mas obtive crescimento.Terminando o ano alterada psicologicamente.Com pensamentos diferentes.Com atitudes diferentes.Que as más notícias trouxe-me como consequência.Um antigo amor e presente amigo deu seu último adeus.E isso me fez perceber o quanto somos pequeninos.Fragéis e indefesos.É preciso saber viver.É preciso escolher e desvendar a diferença de amizades para coleguismos.É preciso atravessar o ano em superávit.E lá se foram os tais colegas.Os amigos de noitadas.Os amores nada construtivos.Os indeferentes.Lá se vai aquela menina que amava e amava e esquecia dela mesma.Os dias passaram.Os tempos outros.Os prefácios e as conclusões.Eu acabo o ano bem.Bem até demais.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A pressa

Talvez eu tenha me precipitado um pouco.Tenho sentido falta de alguém que possua os mesmos objetivos que eu.Que ache graça nos meus textos.Que ria desses meus medos.Que me aceite exatamente assim.Às vezes engraçada.Às vezes cansada.É necessário que alguém chegue.Que me apresente às coisas bonitas.Que me telefone com um simples bom dia.Que me faça mudar completamente de opinião.Que faça meu corpo querer companhia nos momentos em que minha mente insiste pela solidão.Quero o muito.O muito amor.O muito carinho.A muita companhia.Não quero desfilar de carros potentes e nem com abdômens definidos.Quero o simples e o exagerado.Quero a fartura. Aquelas conversas boas.Porém,é preciso compreender que há tempo para todas as coisas.E é isso que me enlouquece.Esperar.




"Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas." ( CFA)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O cansaço de um mestre

"E hoje eu percebi que
em quase tudo eu vejo um
texto.Faço a junção com
palavras e emoções
meramente reflectivos[..]"
Foi quando aquele professor,ou melhor,O Mestre graduado em Letras,reconhecido profissionalmente e recuperando-se de um pós-operatório,entra em minha sala empurrando seu corpo graças as suas últimas energias de vida.Em silêncio,direciona-se ao tablado com um andar cansado com cerca de cinquenta e tantos anos;ele explica a sua demora.Diabético e quase cego.Eu não consigo imaginar o que leva um educador a estar aqui em cacos,fazendo leituras com lupas,o porquê dele não estar repousando.Talvez eu esteja exagerando.Mas foi essa a mensagem que ele me passou:Um cansaço de vida.Me fazendo pensar como eu poderia estar com a sua idade aqui a algum tempo.Ele finaliza seus cinquenta minutos de aula com uma despedida conhecida por todos:"Bom dia para todos,ótimo fim de semana,saudades...";dando a entender que nos encerramentos de suas aulas,ele sempre pronuncia essa frase e logo após uma canção."E cadê a música?" - um aluno pergutou e com um suspiro fadigado meu educador responde:"Não,não existe mais música,meu amigo,agora é só decadência".Automaticamente,eu peço a Deus esse seu esforço acompanhado desse profissionalismo e competência desse Meu Mestre e imploro que esse seu cansaço físico e o desgosto pela vida não me alcance nos meus meados cinquenta e tantos anos.
“Viver agora é tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã.”
(Caio Fernando Abreu - Caio 3d)

domingo, 8 de novembro de 2009

Show do Nando reis no Rio de Janeiro [ 07.11

E ontem,o Show do Nando reis caiu como uma luva.Eu precisava ver o Nando cantando aquelas perfeitas melodias.Em cada música,eu encontrava algum jeito de pensar nele.É complicado.Pensar em alguém distante.Sem mais nenhum traço amoroso.Sem porquês específicos.Eu só queria poder cantar pra alguém.Aqueles refrões.E confesso que chorei lembrando de nós.Quando o Nando cantou :"E agora como posso te perder?Se o teu corpo ainda guarda o meu prazer.E o meu corpo foi marcado pelo seu.Espero que o tempo passe.Espero que a semana acabe pra que eu posso te ver de novo.Espero que o tempo voe para que você retorne".Eu me senti sozinha.O que não é muito díficil quando o show tem como o alvo, o público comprometido.Onde cerca de 95% de pessoas estavam acompanhadas.Eu só queria poder ter o poder do Cazuza de inventar amores.Eu não sei o que e como se faz isso.Então eu passo minha noite de sábado cantando sozinha para alguém com o Nando servindo de testemunha.Que eu ando cansada.Que tenho sentido saudades.Mas que no fundo eu queria que desse certo.Que desse muito certo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Dia-a-dia

Daqui a alguns minutos.Serão doze horas longe de casa.Longe da minha cama tentadora.Hoje acordei às 06:10 ( e atrasada por sinal).Depois de adiantar o despertador três vezes.Ai sim a consciência foi pro banho carregando meu corpo.Com aquela água fria dizendopra mim :"Acorda,mulher!".Logo mais preparo um café ( meu combustível para o dia).Entro na escola às 7 da manhã e vou até 12:30.Entre cochilos e despertos.Almoço uma comida qualquer.E "vamo si bora" estudar novamente.Um gole de café.E a batalha agora é de 13:00 às 18:00.Com um intervalo de meia horinha.Para comer uma das refeições que me engordar uns 5 kilos em uma única mordida.Me despeço dos livros.E sigo.Deparo com Aquele Calor de meio- dia.Estamos em horário de verão.Até hoje não sei o porquê disso.Mas vendo o lado positivo - o dia parece durar mais.Os únicos assuntos entre as pessoas são o calor e o trânsito de sete cabeças.Tudo parado.Horário de pico.Todo mundo saindo do trabalho.O "adorável" calor de 45°.Pego a condução.Não há lugar.Encosto a mochila que pesa 25 tonelas no chão.E inclinominha cabeça.E penso em escrever.Monto os parágrafos.E repenso.E desejo.Que Papai do Céu esteja vendo meu esforço.Meu suor.Que ele me recompense de alguma forma.Um senhor levanta e me oferece seu assento.Concluo que Deus me recompensou.De alguma forma.Pude sentar.Descançar.E perceber que tudo na vida é preciso um esforço.Pra passar no vestibular esse ano em uma das carreiras mais concorridas.Eu enfrento quarenta vezes o trânsito do Rio de Janeiro somo com o de São Paulo.Aguento calor de 70°.Estudo sessenta horas por dia (se for preciso).E tenho fé.O que é fundamental.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cadê o amor?

Eu sei que ando cansada.Ahh é tanta coisa.Pra ser vista.Sentida.É tanto amor falso.E eu tenho tanto medo.Tanto medo de um dia me deparar com um desses.De me enganarem.É tanto amor declarado.Tanto fingimento.Por toda parte.É gente casada.É gente comprometida.Namorando.Noivando.Eu começo a ter a impressão de que todo mundo é assim.Que traição é algo tão normal.E como diz Caio:"Que eu não perca a capacidade de amar".Eu sinto que estou perdendo.Aos poucos.E é por isso que eu tenho andado sozinha.Sem raízes.Sem nenhum amor(falso).Eu nem sei mais se existe amor.Se ainda existe aquele casal apaixonado.Que pensam em se casar.Ter família.Manter a fidelidade.Amar de verdade.Existe ainda essa raridade?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tati Bernardi

Me dei ,me dei ...mudei.E você, o quê?Fiz tudo, te dei o meu mundo.E você o quê?Joguei, lutei, arrisquei, amei!Gostei, um amor maior: impossível.E você o quê?Ultrapassei meu íntimo.Fechei meus olhos, os olhos da alma. Decidi ignorar meus padrões.Ocultei minhas raivas, algumas vezes não deu, disfarcei meus ciúmes, amaciei minhas mágoas.Sua voz me tranqüilizara, teu sexo me domava.Fiz como pude e como não pude.Do seu jeito fui levando, algumas vezes amor próprio me faltou, mas eu só queria seu amor.Por inúmeras vezes te amava mais do que o tudo.E pergunto: E você ? O quê ?Armei sua lona, fiz seu circo , pintei seu mundo. Fiz de você meu primeiro.Usei suas cores, anulei as minhas.Aceitei suas verdades intactas, anulei as minhas.E você amor ? O quê ? O quê você fez?Despedacei meu ego, levantei nossa bandeira.Me julguei egoísta, fui contra a seu favor.Chorei, chorei, chorei até faltar vazio em mim.Fui no fundo, no profundo do meu âmago.Pra merecer teus carinhos, teus gemidos, tua língua,teu prazer, teu sorriso, tua atenção, teu apreço.Pra me sentir mulher, me fiz criança.Fiz pirraça, cena, novela.Decorei um texto pra nada dar errado.Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo.Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro,tua sombra, abri meu peito acreditei na gente.Desconfiei muito, mas confiei demais.E você amor? O quê ?Ouviu minha canção? Abriu o peito? Cortou seus cabelos? Trocou de canal?Falou "aquela" frase? Fez planos pra mim?Escolheu um filme pra nós dois?Foi minha companhia para todos os momentos?Foi a um show? Usou "aquela" blusa?Amou-me de verdade?Pensou em mim?No que construímos? No que alcançamos?Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta.Tranqüilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não.Amor de verdade você não sabe diferenciar.Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe?Dizer que você vai se dar bem? Tomara!Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente.

sábado, 24 de outubro de 2009

Para uma avenca partindo - Caio Fernando Abreu

"Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pós-relacionamentos

E hoje eu li exatamente assim : "Lembre-se do que dizem..algumas vezes,a melhor maneira de deixar alguém pra trás é subir em cima de outro alguém".Desnecessário.Desnecessário outra vez.É necessário aquele luto pós-relacionamento.Não é se esconder debaixo da escada.Chorar feito criança.Tudo bem.Derramar uma lágrima aqui outra ali.Não faz mal a ninguém.Tudo tem um propósito.Se não foi, não era pra ser.É complicado pensar assim depois de tudo.Mas é necessário.É melhor.Repense.Analise onde errou.E leve uma bagagem ótima de experiências de relacionamentos perdidos ou talvez desse mesmo relacionamento para outro que virá.Deus é o futuro.Talvez não foi a hora.Não era pra ser hoje.Mas que possa dar certo amanhã.Mas sem expectativas.De quando esse amanhã poderá chegar.Porque talvez não chegue.Deixe o barquinho da vida fluir.Enquanto isso,faça-se.Caso você tenha se destruído.Decida como gastará seu tempo,seu corpo,sua vida,seu dinheiro,sua energia.Separe esse momento pra cuidar da sua alma.E caso sintas saudades e continue amando.Espere três,quatro,seis meses.Talvez um ano.Talvez ainda sobre alguns restos de fulano ou de ciclano em você.E entenda isso é exatamente normal.Então não seja rude com você mesma.Sinta saudades sim.E diga bem baixinho pra você mesma :"Olha,lá vai uma saudade.Olha,ainda me resta um pouco de amor.Olha,lá vai um pouco de luz,meu amor".Mas depois,esqueça.E procure não pensar nisso.Porque pode se tornar um hábito.Perceba que existe pessoas que só chegam na sua vida pra te ajudar,te mostrar quem realmente você é,destroçar seu ego,te fazer amar e depois se vão.Em forma de humanos elas chegam e depois se despedem.Um dia eu,um dia você.Pra ter essa função,basta estar vivo.