Eu me vejo de cabelos brancos,sentadinha em uma cadeira em movimento vem-e-vai e sobretudo,escrevendo.


(Ana Stefana Lisboa)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Adeus,amor

Sentado ao léu com as pernas de "chinês" ( idêntico aos rituais de meditação),meu corpo transmite paz,só transmite ... por dentro,meu coração bate a trezentos por hora,gerando uma certa pertubação na minha mente.Vinte anos de casamento,quatro filhas com a mulher mais linda que existe - ou melhor,que eu conheço - e eu aqui: contrito,infeliz e desamparado.O pior disso tudo é que ainda consigo ouvi-la com seu tom atrevido,porém,delicado:
- Amor,vem mimi,logo!
- Tô indo,Ana - respondia seco
- Olha,vou te esperar,hein!
Sempre foi atenciosa,só pregava os olhos quando sentia meu corpo grudado ao seu.Foi um grande amor que arrumou as suas malas na calada da noite sem deixar quaisquer aviso prévio,nem ao menos uma lembrança na cabeceira da nossa cama.Terminou sem despedidas.Agora tento aqui,desdobrar as minhas pernas,encontrar soluções para resgatastes: a inquietação da mente,não deixa.Bem,última tentativa,concentro-me e comprimo meus olhos a fim de trazê-la de volta com a famosa força do pensamento.Dou uma folga aos olhos e abro o esquerdo lentamente: não consegui,o amor acabou mesmo!